Monday, 11 February 2008

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Passaram este tempo todo sem trocar uma palavra, além dos diálogos de rotina. Javier pretendia não dar quaisquer sinais de fraqueza perante a sua avassaladora presença e dar mostras de firmeza e descomprometimento pessoal. Enfim, estar à vontade e dominar friamente a situação tal como o fez desde aquela famigerada aventura em casa do amigo comum.
Ironia das ironias, o seu famoso desprendimento, fruto dos seus antigos e conhecidos dissabores parece estar agora a sucumbir perante aquela que foi a sua origem – A bela e implacável Manu.

Javier: Então? Voltaste?
Manu: Sim...O Enoch falou comigo. Pediu-me que entrasse na equipa.
- Quem? Ah! O Cigano. E porque vieste?
- Sei lá. Já me estava a aborrecer aquela vidinha da cidade. Mas o que me atraiu mesmo na proposta dele foi a primeira parte d’O Plano.
- Pois... Logo vi. Daquilo que conheço de ti, imagino que tenhas gostado de dançar nua para aqueles filhos da puta.
- Ya. Gostei desta tarefa. Mas foi mais uma actividade para o meu vasto currículo – Bailarina de Streeptease. Mas deixa lá. A Loba Boa foi apenas um disfarce. Mas estive em grande. Havias de ver...
- Pois...
- Vejo que ficaste irritado com esta minha indecente e enriquecedora experiência...
- Quem, eu? Quero lá saber dos teus devaneios eróticos. Só mesmo tu para fazeres aquela figurinha. Quero lá saber!
- Bem. Adiante. Parece que já estão todos prontos para prosseguir. Já estou farto de túneis e isto parece que não acaba.
- Pois. Ainda por cima o porco dos túneis não apareceu.
- Cá para mim alguém o encontrou primeiro e comeu-o.
- Esquece! Vamos lá!

1 comment:

pedragrega said...

Ah, a loba boa era um disfarce... humm... intrigante!