- Como eu queria desaparecer daqui de uma vez. Estou farto de me perpetuar em aventuras redundantes. Preciso de regressar ao mundo das luzes, de me envolver com o mundo, girando um sobre o outro tal como nos velhos tempos, percebes?
- Penso que sim Javier mas acho que não há maneira de sair daqui sem antes resolvermos todos os nossos choques.
- Consegues identificar algo que todos nós tenhamos em comum? Algo que justifique nós estarmos aqui?
- Não é preciso pensar muito para te dizer que fomos escolhidos por sermos uns anormais.
- Sim. De uma forma mais elegante eu diria que somos uns evitáveis. Aquele tipo de indivíduos que ninguém quer ter ao lado. Alguma vez te apercebeste que, pessoas que tu tinhas como próximas te evitavam quando observadas por alguém?
- Quantas vezes...
- Eu topava logo a cena mas nunca me dei por rogado, continuava na minha.
- Somos uns renegados e por isso até nem desgostamos de estar aqui, por baixo desse mundinho esquisito. Pensando bem eles é que são esquisitos embora não sejam anormais.
- Como assim?
- Então, são todos assim, iguais... nós é que somos os anormais, eles são os esquisitos.
- Antes, quando era como eles, cruzei-me com várias pessoas assim como somos agora, anormais. A universidade então é um meio onde tais criaturas proliferam como santieiros no inverno chuvoso. Havia um austríaco no curso que andava sempre descalço. Ia para as aulas descalço, andava à chuva descalço... e sempre com um ar sereno e irritante. As pessoas tendiam sempre a afastar-se dele porque achavam que seriam confundidas e tidas como anormais perante a sociedade. Agora questiono-me: porque é que a maioria das pessoas não queria ser vista como um amigo do austríaco? Será que temiam que o seu peculiar comportamento se alastrasse contaminando-os?
- Jesus Cristo também foi um destes. Os apóstolos tinham de ser muito alienados para deixar os seus bacalhoeiros e seguir um gajo que tinha como lema pescar homens. Assim somos nós também, 11 criaturas a seguir o Cigano pelas trevas deste mundo, procurando por alguma luz que nos indique o sentido desta jornada.
- Bacalhoeiros?
Javier continuou - Engraçado! No meio desta salada bíblica até o Cigano tem nome de profeta... Enoch! E eu estou perdido por uma madalena. Quem diria...
- Bacalhoeiros?
- Penso que sim Javier mas acho que não há maneira de sair daqui sem antes resolvermos todos os nossos choques.
- Consegues identificar algo que todos nós tenhamos em comum? Algo que justifique nós estarmos aqui?
- Não é preciso pensar muito para te dizer que fomos escolhidos por sermos uns anormais.
- Sim. De uma forma mais elegante eu diria que somos uns evitáveis. Aquele tipo de indivíduos que ninguém quer ter ao lado. Alguma vez te apercebeste que, pessoas que tu tinhas como próximas te evitavam quando observadas por alguém?
- Quantas vezes...
- Eu topava logo a cena mas nunca me dei por rogado, continuava na minha.
- Somos uns renegados e por isso até nem desgostamos de estar aqui, por baixo desse mundinho esquisito. Pensando bem eles é que são esquisitos embora não sejam anormais.
- Como assim?
- Então, são todos assim, iguais... nós é que somos os anormais, eles são os esquisitos.
- Antes, quando era como eles, cruzei-me com várias pessoas assim como somos agora, anormais. A universidade então é um meio onde tais criaturas proliferam como santieiros no inverno chuvoso. Havia um austríaco no curso que andava sempre descalço. Ia para as aulas descalço, andava à chuva descalço... e sempre com um ar sereno e irritante. As pessoas tendiam sempre a afastar-se dele porque achavam que seriam confundidas e tidas como anormais perante a sociedade. Agora questiono-me: porque é que a maioria das pessoas não queria ser vista como um amigo do austríaco? Será que temiam que o seu peculiar comportamento se alastrasse contaminando-os?
- Jesus Cristo também foi um destes. Os apóstolos tinham de ser muito alienados para deixar os seus bacalhoeiros e seguir um gajo que tinha como lema pescar homens. Assim somos nós também, 11 criaturas a seguir o Cigano pelas trevas deste mundo, procurando por alguma luz que nos indique o sentido desta jornada.
- Bacalhoeiros?
Javier continuou - Engraçado! No meio desta salada bíblica até o Cigano tem nome de profeta... Enoch! E eu estou perdido por uma madalena. Quem diria...
- Bacalhoeiros?
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