Javier, filho do embaixador da Turquia e de uma jornalista sueca decidiu renunciar ao futuro promissor no mundo das estratégias internacionais há muito tempo atrás, depois de meditar sobre o seu vazio e sobre a sensação de fracasso que o acossava durante os anos da licenciatura. Mas o que o impeliu a alienar-se definitivamente da brilhante carreira ao abrigo da influência e estatuto do seu pai foi uma conversa com um amigo seu.
Depois da sua rotineira visita às lojas de gadjets electrónicos e à livraria do centro comercial (nunca nestes cinco anos de religiosa rotina compraram alguma coisa), abancaram numa esplanada para tomar café e apalavrar qualquer assunto relacionado com negócios que movem o mundo e o país. Observavam a azáfama habitual dos chorrilhos de pessoas com os seus sacos de compras a roçar nos sacos de compras dos outros.
- O que tens a dizer sobre as sociedades low-cost e os pampilhos?A pergunta apanhou Javier de surpresa ao que ele, para organizar as ideias, respondeu:
- Há já muito tempo que não vejo nenhum pampilho...
- Não acredito!
- É verdade! É que a sociedade low-cost não nos permite que aos fins de semana e dias santos eu vá passear para o campo e na devida altura observar os pampilhos. Com efeito, preferimos gastar dinheiro num centro de comércio massivo...
- É a isso que eu me refiro.
- Acabamos por trazer de lá um espectacular LCD de 52 polegadas com sintonizador de TV digital terrestre pela módica quantia de 10 prestações a zero por cento de juros.
- E é muito bom... tem pampilhos em directo
- Pois...
- Ah! E há também os de plástico nas lojas dos chinas.
- Acaba sempre por compensar tê-los dentro de casa ao invés de os ver lá fora, tendo para isso de se fazer quilómetros para os encontrar no campo.
No dia seguinte à mesma hora Javier estava a quilómetros de distância de visita ao campo, para dar início a uma longa e estranha aventura.
Se este acontecimento pôs fim às aspirações de uma carreira de luxo, propiciou por outro lado a sua peculiar conduta de desprendimento que se consumaria mais tarde pela presença devastadora de uma mulher chamada Manu.
- Há já muito tempo que não vejo nenhum pampilho...
- Não acredito!
- É verdade! É que a sociedade low-cost não nos permite que aos fins de semana e dias santos eu vá passear para o campo e na devida altura observar os pampilhos. Com efeito, preferimos gastar dinheiro num centro de comércio massivo...
- É a isso que eu me refiro.
- Acabamos por trazer de lá um espectacular LCD de 52 polegadas com sintonizador de TV digital terrestre pela módica quantia de 10 prestações a zero por cento de juros.
- E é muito bom... tem pampilhos em directo
- Pois...
- Ah! E há também os de plástico nas lojas dos chinas.
- Acaba sempre por compensar tê-los dentro de casa ao invés de os ver lá fora, tendo para isso de se fazer quilómetros para os encontrar no campo.
No dia seguinte à mesma hora Javier estava a quilómetros de distância de visita ao campo, para dar início a uma longa e estranha aventura.
Se este acontecimento pôs fim às aspirações de uma carreira de luxo, propiciou por outro lado a sua peculiar conduta de desprendimento que se consumaria mais tarde pela presença devastadora de uma mulher chamada Manu.
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